Várias fontes da indústria tecnológica têm destacado rumores que apontam a saída de Tim Cook da liderança da Apple. O atual CEO, que assumiu o cargo em 2011 após a morte de Steve Jobs, aproxima-se do seu 65º aniversário - e há indícios de que a empresa está a planear uma transição de liderança cuidadosamente estruturada.
Tim Cook tem referido, em várias entrevistas, que a Apple possui “planos de sucessão muito detalhados”, e que pretende que o sucessor ao cargo venha de dentro dos quadros da empresa. Embora não haja qualquer confirmação oficial sobre uma data de saída, vários analistas acreditam que Cook poderá deixar o cargo dentro dos próximos dois anos, possivelmente já em 2026.
A especulação ganhou força após o anúncio da reforma de Jeff Williams, diretor de operações (COO), considerado o herdeiro natural de Cook até então. Com a sua saída, abre-se espaço para novas figuras ganharem protagonismo na estrutura de liderança da empresa.
Entre os nomes mais falados, John Ternus, vice-presidente sénior de Engenharia de Hardware, surge como o candidato mais provável a assumir o cargo de CEO. Ternus é reconhecido pelo seu papel central na transição para os processadores Apple Silicon em 2020, que redefiniram novos padrões em performance e eficiência na indústria dos computadores e dispositivos móveis.
O seu perfil técnico e a sua experiência com equipas de engenharia tornam-no um sucessor natural, num momento em que a Apple enfrenta críticas por ter perdido terreno no campo da inteligência artificial. Vários analistas consideram que a empresa precisa de um líder mais próximo do desenvolvimento do produto, algo que sempre foi um grande contraste entre Cook e o seu antecessor Steve Jobs - e Ternus encaixa nesse perfil.
Além de Ternus, surgem outros executivos na lista de potenciais sucessores, como Craig Federighi, responsável pelo software da Apple e uma das figuras mais conhecidas entre os fãs da marca, devido à sua presença carismática nos eventos da mesma, e Deirdre O’Brien, que lidera as operações de retalho e recursos humanos. Contudo, ambos são vistos como opções menos prováveis, já que os quadros da Apple aparentam privilegiar alguém com experiência direta em produto e engenharia.
O debate sobre o futuro de Tim Cook intensificou-se num momento em que a Apple enfrenta desafios e pressões significativas. A concorrência em inteligência artificial, realidade aumentada e serviços digitais está mais disputada que nunca. Críticos apontam que, apesar da estabilidade financeira sem precedentes alcançada sob a liderança de Cook, a empresa precisa de um novo impulso de inovação para manter a relevância tecnológica nos próximos anos.
Cook, por sua vez, tem reforçado que não tem planos imediatos de se afastar da função, mas que está empenhado em garantir uma transição tranquila quando o momento chegar.
Ainda não houve qualquer declaração oficial, mas os sinais são claros: a Apple prepara-se para uma nova fase. Tudo indica que John Ternus poderá ser o homem escolhido para liderar a empresa num novo ciclo — um ciclo que promete voltar a centrar-se na engenharia, na inovação e na visão de produto que sempre definiram o ADN da Apple. Voltaremos a ver uma Apple que arrisca, inova e redefine constantemente parâmetros da indústria, como era habitual na Apple de Jobs?
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